De acordo com o Relatório de Vigilância Anual de 2018 sobre HIV, hepatite viral e infecções sexualmente transmissíveis na Austrália, publicado pelo Instituto Kirby, a taxa de infecção pelo HIV no país atingiu a maior baixa em 18 anos.
“Esse é o menor número que vimos em 18 anos,” disse a professora Rebecca Guy ao Sunday Morning Herald. Ela lidera o Programa de Vigilância, Avaliação e Pesquisa do Instituto Kirby.
O país registrou apenas 835 casos novos de transmissão do HIV no ano anterior, marcando um declínio de 23% com relação aos últimos cinco anos. Homens que fazem sexo com homens lideram a mudança, pois houve uma queda de 30% nos casos novos de HIV.
Guy apontou para o uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como uma das causas responsáveis pela mudança, além de esforços maiores em testes, tratamento e prevenção no país.
Cerca de 41% dos homens que fazem sexo com homens na Austrália estão atualmente tomando PrEP, mas será preciso mais do que isso para eliminar completamente a transmissão do vírus do HIV entre gays e bissexuais.
Apesar de os gays e bissexuais estarem na liderança, o mesmo não pode ser dito sobre os héteros. Para eles, o número de infecções novas permanece praticamente constante desde 2014, totalizando cerca de 200 novas infecções a cada ano.
No passado, os heterossexuais eram responsáveis por apenas uma em cada cinco novas infecções pelo HIV. Com o declínio dos casos entre homens gays e bis, esse número aumentou para um a cada quatro.
Além disso, os heterossexuais são muito menos propensos a fazerem o teste do HIV: apenas um em cada três héteros já realizou o teste.
Havia cerca de 27.545 pessoas vivendo com o HIV na Austrália de 2017. Delas, cerca de 74% das pessoas têm uma carga viral suprimida ou indetectável.
O Instituto Kirby analisa as infecções por HIV, hepatite viral e outras ISTs na Austrália há mais de 20 anos.
Artigo de Gwendolyn Smith para o LGBTQ Nation, traduzido por Leo Rodrigues para o QueerFeed.